LONDRES e PARIS - A Walt Disney Co compareceu para o resgate de sua deficitária subsidiária Euro Disney com um financiamento de € 1 bilhão (US$ 1,3 bilhão) anunciado nesta segunda-feira, que poderá dar ao grupo americano o controle total sobre a maior atração turística da Europa. O acordo inclui uma emissão de ações e reestruturação de dívida, e vai injetar € 420 milhões em dinheiro no grupo Euro Disney e eliminar € 600 milhões de sua dívida com a Walt Disney através de uma operação de swap de ações.
A Euro Disney tem atualmente 40% detidos pela Walt Disney e 10% pelo príncipe saudita Alwaleed bin Talal. A emissão de ações deverá levantar € 351 milhões, sendo aberta a todos os acionistas, mas apoiada pela Walt Disney, que será obrigada a fazer uma oferta pública por toda a empresa.
A 20 quilômetros a leste de Paris, o resort tem lutado em meio à crise econômica na Europa, com as visitas caindo em 700 mil a 800 mil, para pouco mais de 14 milhões de visitantes no ano passado. Ao mesmo tempo, sua dívida total de € 1,75 bilhão, que é devida à Walt Disney, tem dificultado a capacidade da empresa de investir em melhorias para o parque.
A empresa disse que estima que a receita para o ano fiscal encerrado em 30 de setembro caia até 3%, para € 1,27 bilhão, com o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recuando para algo entre € 110 milhões a € 120 milhões, ante € 144 milhões, e com o prejuízo líquido subindo para um valor entre € 110 milhões e € 120 milhões, ante € 78 milhões.
“Esta proposta de recapitalizar a Euro Disney Group é essencial para melhorar a nossa saúde financeira e permitir-nos continuar fazendo investimentos no resort que melhorem a experiência do hóspede”, disse o presidente da empresa, Tom Wolber, em um comunicado.
Segundo o plano, 9 novas ações serão oferecidas para os acionistas por cada papel que detiverem, por € 1 por ação, levantando € 351 milhões. A empresa disse que a emissão de ações embutia um desconto de 20% sobre o preço de fechamento na sexta-feira, ajustado para a emissão de novas ações.
Além disso, os acionistas terão a opção de comprar algumas das ações emitidas na conversão da dívida a € 1,25 por ação, para evitar a diluição de suas participações. A dívida da empresa vai cair para € 998 milhões, levando o balanço da empresa de um patrimônio líquido negativo de cerca de € 200 milhões no fim de setembro para um patrimônio positivo de € 800 milhões.
Noticia retirada do O Globo