A morte do candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, em um acidente a aéreo, em São Paulo, nessa quarta-feira (13), pode causar impactos no cenário político do Distrito Federal. Há 62 dias do primeiro turno das eleições, especialistas avaliam que o candidato ao governo do DF pelo PSB, Rodrigo Rollemberg, poderá ser beneficiado.
— Todos os candidatos ligados ao grupo político do PSB terão impacto eleitoral positivo. E o efeito será no sentido de construir mais votos, afirma o cientista político e professor da Universidade Católica de Brasília, Melilo Diniz.
A candidatura pode ser turbinada, também, pela possível indicação de Marina Silva, candidata a vice-presidente na chapa de Eduardo Campos, para a disputa ao Palácio do Planalto.
A líder do movimento Rede Sustentabilidade, alcançou 19,33% dos votos quando foi candidata à Presidência da República pelo PV, em 2010. No Distrito Federal, ela foi a mais votada nas últimas eleições, com 41%.
Para Diniz, a possível candidatura de Marina Silva à presidência pode representar mais uma alavanca para a candidatura de Rodrigo Rollemberg.
— Ela teve boa votação no Distrito Federal e tem capacidade de transferir votos.
O cientista político Alexandre Bandeira tem a mesma interpretação. O especialista afirma que a trajetória eleitoral de um candidato tem peso para os eleitores.
— Ela ganhou em Brasília na eleição anterior, tem predisposição de que ela venha a repetir bom desempenho nessa eleição [caso seja candidata à presidente]. As pessoas que não puderam votar no Eduardo Campos, podem votar na Marina. Eu vejo a possibilidade de um episódio positivo para o Rollemberg.
Impugnação da candidatura de Arruda
Outro componente que pode modificar a disputa ao Palácio do Buriti é a decisão do TRE-DF (Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal), que impugnou a candidatura de José Roberto Arruda (PR) com base na Lei da Ficha Limpa.
Alexandre Bandeira diz que o cenário fica indefinido e relembra que, pela segunda vez seguida, o Distrito Federal depende de decisões judicias para a composição das candidaturas.
— [o Distrito Federal] passa por mais um pleito onde o processo de judicialização vai entrar na campanha. Em 2010, o Roriz desistiu da candidatura porque esperava uma decisão da justiça e isso foi decisivo.
O professor ainda avalia que a campanha eleitoral de Arruda perde força porque a impugnação passa a fazer parte da discussões políticas e sua trajetória eleitoral pode se resumir a explicar as decisões judiciais.
— Ele entra em nova fase no processo de sangrar durante a campanha eleitoral, ele não vai poder somente falar das obras, vai ter que, em todo momento, tocar no assunto porque as pessoas têm curiosidade sobre isso e ele terá que administrar isso para manutenção do eleitorado.
A defesa de Arruda apresentou recurso contra a impugnação de sua candidatura e pediu o julgamento do caso pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), última instância eleitoral do país. Os advogados argumentam que o registro da candidatura é anterior ao julgamento do TJDFT, que condenou o ex-governador por participação do esquema de compra de votos e desvio de dinheiro público, conhecido como Mensalão do DEM.
Ficha Limpa
A legislação determina o impedimento de candidaturas de pessoas condenadas pela justiça em segunda instância. No dia 9 de julho, a 2ª Turma Cível do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) manteve a condenação de Arruda por improbidade administrativa.
Noticia retirada do R7
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